Blog

Blog principal

17/03/2014 12:45

Nosso novo blog foi lançado hoje. Fique atento e tentaremos mantê-lo informado. Você pode ler as novas postagens deste blog via RSS Feed.

Poema Soneto da Fidelidade -Vinícius de Morais

17/03/2014 09:02

Soneto da Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama.

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

-Vinícius de Morais

Poema Bilhete -Mario Quintana

17/03/2014 09:02

 

BILHETE

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

-Mario Qintana

Poema Dos mundos -Mario Quintana

17/03/2014 09:01

 

Dos mundos

 

Deus criou este mundo. O homem criou, todavia,

Entrou a desconfiar, cogitabundo...

Decerto não gostou lá muito do que via...

E foi logo inventando o outro mundo.

 

-Mario Quintana

 

 

Poema Ao desconcerto do Mundo -Luiz de Camões

17/03/2014 08:59

Ao desconcerto do Mundo
 

https://www.e-biografias.net/luis_camoes/


Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim,
Anda o Mundo concertado.

 

-Luiz de Camões

 

Poema Aninha e suas pedras -Cora Coralina

17/03/2014 08:57

Aninha e suas pedras

https://www.paralerepensar.com.br/coracoralina.htm

Não te deixes destruir…
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.

Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.

Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.

Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.

-Cora Coralina

Poema Ou isso ou Aquilo -Cecilia Meireles

17/03/2014 08:56

Ou isso ou aquilo

https://poesia-de-cecilia.blogspot.com.br/

 

Ou se tem chuva ou não se tem sol.

Ou se tem sol ou não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,

Ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,

Quem fica no chão não sobe nos ares!

É uma grande pena que não possa

Estar ao mesmo tempo em dois lugares!

Ou guardo dinheiro e não compro doce,

Ou compro doce e não guardo dinheiro!

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...

E vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,

Se saio correndo ou fico tranqüilo.

Mas não consegui entender ainda

Qual é melhor: isto ou aquilo.

-Cecília Meireles

Poema da Purificação -Carlos Drummond de Andrade

17/03/2014 08:55

Poema da purificação

https://www.revistabula.com/391-os-dez-melhores-poemas-de-carlos-drummond-de-andrade/

Depois de tantos combates
o anjo bom matou o anjo mau
e jogou seu corpo no rio.
As águas ficaram tintas
de um sangue que não descorava
e os peixes todos morreram.
Mas uma luz que ninguém soube
dizer de onde tinha vindo
apareceu para clarear o mundo,
e outro anjo pensou a ferida
do anjo batalhador.

-Carlos Drummond de Andrade

 

Poema Serenata Sintética -Cassiano Ricardo

17/03/2014 08:53

Serenata Sintética

  

 

https://educacao.uol.com.br/biografias/cassiano-ricardo.jhtm

Lua

Morta

                             Rua

                              Torta

Tua

Porta

-Cassiano Ricardo

 

Poema No corpo- Ferreira Gullar

17/03/2014 08:50

 

No corpo

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ferreira_Gullar_crop.png

 

De que vale tentar reconstruir com palavras

O que o verão levou

Entre nuvens e risos

Junto com o jornal velho pelos ares

O sonho na boca, o incêndio na cama,

O apelo da noite

Agora é apenas esta

Contração (este clarão)

Do maxilar dentro do rosto.

A poesia é o presente.

-Ferreira Gullar

1 | 2 >>